In
experiência humana,
lições de vida
Alguns são chamados para descer ao poço; outros, para segurar as cordas
Aprendi a tocar flauta e quase fui estudar no exterior. Porém, eu era muito nova e meu pai preferiu me proteger a me lançar no mundo. Aprendi a usar ferramentas de apoio a palestras, porque não fiquei satisfeita em ver um grande amigo e conselheiro pagar caro pra fazer o que eu poderia fazer de graça. Depois, casei e aprendi a fazer algumas pequenas coisas pra ajudar meu marido nos seus empreendimentos. Não me contentava vê-lo pagar caro por um trabalho que eu também poderia aprender e fazer de graça pra ele. Aprendi a filmar, editar, fotografar, fiz até site!
Ao longo desse tempo, pessoas vêm e vão. E surgem aquelas que perguntam: "Qual é seu site?" "Me dá um cartão?" "Faz um curso online!" Ah... se ganhar dinheiro fosse tão importante pra mim... Talvez nunca tivesse aprendido o que aprendi. Foi a vida e as necessidades dos outros que me inspiraram. Foi o contentamento de poder ajudar que me deu energia. É inexplicável. É como se fosse um combustÃvel que queima dentro de mim!
Fiz um curso de radialismo e TV e me identifiquei muito com o curso. Escolheram-me para ser a oradora da turma. Depois de me ouvir, um dono de uma emissora que lá estava me convidou e disse que eu o procurasse naquela semana. Possivelmente ele me contrataria para trabalhar em sua emissora. Mas eu não fui. Meu pai me disse: "agora não, Naná!" (ele me chama assim). Alguém pode dizer: "Você é louca? Perdendo oportunidade de ficar famosa e ter uma carreira brilhante, fazendo o que ama?" Não, eu não sou louca. Eu apenas me sinto muito feliz aqui, no meu cantinho, ouvindo a voz dos que Deus colocou sobre mim. Não nasci com grandes ambições. Não sofro do mal da maioria das pessoas. Comecei a escrever neste blog e não assinava o texto, porque meu intento era apenas compartilhar aquilo que recebera de outros, e de Deus. Começaram a reclamar do anonimato e eu assinei. Pessoas se aproximaram de mim apenas por interesse. Depois, partiram sem deixar marcas... outros me julgaram e apontaram o dedo, tentaram me converter aos seus projetos, mas não me rendi. E eu continuei.
Nem tudo são flores neste percurso. Eu chorei, me decepcionei. Pensei em desistir, me senti fraca demais. Mas Deus sempre me ajudou a terminar o que começava. Ele, ao longo do caminho, foi me dando sinais da sua aprovação. Uma delas me comoveu e me fez sentir ainda mais a necessidade de continuar assim.
Quando adolescente, tinha uma enorme vontade de aprender o inglês. Mas numa famÃlia com oito pessoas e somente um provedor era difÃcil fazer um curso dessa natureza. Foi quando, num jornal de domingo, eu li que poderia fazer um curso de inglês gratuito, se fosse uma das primeiras a chegar lá. Recortei a publicação e insisti com meu pai para ir. Chegando lá, me levaram para a sala de aula. Subi uma escada em espiral, radiante de alegria! Quando terminou, a moça da recepção nos chamou e perguntou se meu pai iria me matricular. Ele disse que sim e ela mostrou a conta. Meu pai disse: "Não posso pagar. Não era gratuito?" - "Não!" disse ela. - "A primeira aula foi gratuita, mas as outras precisam ser pagas". Meu pai olhou para mim e disse: "Filha, não posso pagar". Eu aceitei, triste, e na saÃda até bati com minha cabeça na porta de vidro transparente. Mas não reclamei. Vinte anos depois, recebo de presente um curso inteiro de inglês. Quando estou subindo para a sala de aula, lembrei daquela escada em espiral. Lembrei daquele dia em que eu subia feliz, crendo que começaria a realizar um sonho. E não era mesmo que aquele lugar era a antiga escola de inglês?! E lá, naquele lugar, eu agradeci. Deus se agradara de mim! Ele não me esquecera! Ele olhava meus passos, meu coração. Ele viu quando, no silêncio do meu quarto, eu orei. Viu minha dor e meu desejo. Viu tudo e eu nem entendia. Naquele dia, tudo fez sentido pra mim. Tudo ficou claro como o sol.
E agora, continuo à espera da próxima tarefa. Desisti de planejar, de estabelecer metas de crescimento pessoal. Eu descobri que meu crescimento pessoal está no crescimento de outro, talvez no crescimento daquele que sabe fazer outros crescerem. Enquanto eu faço para outros, Deus faz por mim. Essa matemática não falha nunca!
Quando adolescente, eu li num livro que se todos quisessem ser o primeiro violino, como terÃamos uma orquestra? Que a beleza era a harmonia, não o prestÃgio do lugar. Eu guardei aquilo lá no meu interior. E sabe, é tão bom ser segundo violino!
Eu não sei ser famosa, nem sei ganhar dinheiro. Não sei me projetar, nem tão pouco tenho ambições. Satisfaço-me em ser a segunda, o auxÃlio, o socorro. Sinto-me bem assim. E a cada novo trabalho, eu me ajoelho e oro, peço para que as mãos de Deus conduzam a bom termo aquele projeto, para a glória do nome dEle.
No alto dos meus 35 anos, sinto que devo permanecer assim. Sinto que a carreira não acabou e que outros ainda precisarão de mim para completar seus trabalhos. Meu pedido a Deus é que Ele me ajude e me dê forças para ser um instrumento dEle na vida de outros. Do seu modo, do seu jeito.
Alguns são chamados para a linha de frente da batalha, outros, para a retaguarda. Alguns são escolhidos para plantar, outros, para colher, ainda outros, para saborear as frutas. Alguns são chamados para descer ao poço, outros, para segurar as cordas.
Você sabe qual é o seu chamado? Eu já sei qual é o meu.
Fiz um curso de radialismo e TV e me identifiquei muito com o curso. Escolheram-me para ser a oradora da turma. Depois de me ouvir, um dono de uma emissora que lá estava me convidou e disse que eu o procurasse naquela semana. Possivelmente ele me contrataria para trabalhar em sua emissora. Mas eu não fui. Meu pai me disse: "agora não, Naná!" (ele me chama assim). Alguém pode dizer: "Você é louca? Perdendo oportunidade de ficar famosa e ter uma carreira brilhante, fazendo o que ama?" Não, eu não sou louca. Eu apenas me sinto muito feliz aqui, no meu cantinho, ouvindo a voz dos que Deus colocou sobre mim. Não nasci com grandes ambições. Não sofro do mal da maioria das pessoas. Comecei a escrever neste blog e não assinava o texto, porque meu intento era apenas compartilhar aquilo que recebera de outros, e de Deus. Começaram a reclamar do anonimato e eu assinei. Pessoas se aproximaram de mim apenas por interesse. Depois, partiram sem deixar marcas... outros me julgaram e apontaram o dedo, tentaram me converter aos seus projetos, mas não me rendi. E eu continuei.
Nem tudo são flores neste percurso. Eu chorei, me decepcionei. Pensei em desistir, me senti fraca demais. Mas Deus sempre me ajudou a terminar o que começava. Ele, ao longo do caminho, foi me dando sinais da sua aprovação. Uma delas me comoveu e me fez sentir ainda mais a necessidade de continuar assim.
Quando adolescente, tinha uma enorme vontade de aprender o inglês. Mas numa famÃlia com oito pessoas e somente um provedor era difÃcil fazer um curso dessa natureza. Foi quando, num jornal de domingo, eu li que poderia fazer um curso de inglês gratuito, se fosse uma das primeiras a chegar lá. Recortei a publicação e insisti com meu pai para ir. Chegando lá, me levaram para a sala de aula. Subi uma escada em espiral, radiante de alegria! Quando terminou, a moça da recepção nos chamou e perguntou se meu pai iria me matricular. Ele disse que sim e ela mostrou a conta. Meu pai disse: "Não posso pagar. Não era gratuito?" - "Não!" disse ela. - "A primeira aula foi gratuita, mas as outras precisam ser pagas". Meu pai olhou para mim e disse: "Filha, não posso pagar". Eu aceitei, triste, e na saÃda até bati com minha cabeça na porta de vidro transparente. Mas não reclamei. Vinte anos depois, recebo de presente um curso inteiro de inglês. Quando estou subindo para a sala de aula, lembrei daquela escada em espiral. Lembrei daquele dia em que eu subia feliz, crendo que começaria a realizar um sonho. E não era mesmo que aquele lugar era a antiga escola de inglês?! E lá, naquele lugar, eu agradeci. Deus se agradara de mim! Ele não me esquecera! Ele olhava meus passos, meu coração. Ele viu quando, no silêncio do meu quarto, eu orei. Viu minha dor e meu desejo. Viu tudo e eu nem entendia. Naquele dia, tudo fez sentido pra mim. Tudo ficou claro como o sol.
E agora, continuo à espera da próxima tarefa. Desisti de planejar, de estabelecer metas de crescimento pessoal. Eu descobri que meu crescimento pessoal está no crescimento de outro, talvez no crescimento daquele que sabe fazer outros crescerem. Enquanto eu faço para outros, Deus faz por mim. Essa matemática não falha nunca!
Quando adolescente, eu li num livro que se todos quisessem ser o primeiro violino, como terÃamos uma orquestra? Que a beleza era a harmonia, não o prestÃgio do lugar. Eu guardei aquilo lá no meu interior. E sabe, é tão bom ser segundo violino!
Eu não sei ser famosa, nem sei ganhar dinheiro. Não sei me projetar, nem tão pouco tenho ambições. Satisfaço-me em ser a segunda, o auxÃlio, o socorro. Sinto-me bem assim. E a cada novo trabalho, eu me ajoelho e oro, peço para que as mãos de Deus conduzam a bom termo aquele projeto, para a glória do nome dEle.
No alto dos meus 35 anos, sinto que devo permanecer assim. Sinto que a carreira não acabou e que outros ainda precisarão de mim para completar seus trabalhos. Meu pedido a Deus é que Ele me ajude e me dê forças para ser um instrumento dEle na vida de outros. Do seu modo, do seu jeito.
Alguns são chamados para a linha de frente da batalha, outros, para a retaguarda. Alguns são escolhidos para plantar, outros, para colher, ainda outros, para saborear as frutas. Alguns são chamados para descer ao poço, outros, para segurar as cordas.
Você sabe qual é o seu chamado? Eu já sei qual é o meu.
Adna S Barbosa