“Abaixe-se!”, foram essas as últimas palavras do marido, pai e bombeiro voluntário, Corey Comperatore, enquanto protegia sua famÃlia do atirador que atentou contra a vida do ex-presidente Donald Trump. “Ele é meu herói”, suspirou a viúva, Helen Comperatore, ao jornal americano The New York Times. Quando começaram os disparos, Corey abraçou sua famÃlia e foi alvejado. Morreu protegendo sua famÃlia.
Essa história é o triste fim de um homem que deixou uma grande lição para esta geração que odeia a masculinidade, que retrata os homens como vilões, covardes e egoÃstas. Aqui vemos um homem que contrariou todos os estereótipos dessa guerra cultural que culpa os homens em vez de ajudá-los.
Sim, ali estava um homem cuja natureza masculina o fez agir rapidamente em busca de proteção para as mais frágeis (sua mulher e duas filhas). Os altos nÃveis de testosterona torna os homens capazes de assumir riscos dos quais nós, mulheres, fugimos. E como Deus foi honrado na vida de Corey! Ele entregou seus últimos minutos de vida honrando e servindo as mulheres que o Senhor o deu.
Nesta história vemos dois homens que usaram sua natureza forte e combativa para o mal e para o bem. Um, de cima do telhado, atirou sem dó, para matar. O outro, usou seu poder controlado e a agressão para se tornar o herói da sua famÃlia. Fica claro, nas palavras da esposa, que Corey possuÃa elevados padrões morais. Sua masculinidade era restringida pela moralidade e por isso foi poderosa e construtiva, um presente para suas mulheres. “Os traços masculinos não são intrinsecamente tóxicos; eles são bons quando direcionados para fins virtuosos. Num mundo decaÃdo, a aplicação legal da força coercitiva é por vezes necessária para defender os inocentes. Mas todos sabemos que a força masculina que faz de um homem um protetor pode ser distorcida e transformá-lo num predador”, escreveu Nancy Pearcey.
A autêntica natureza masculina é um presente de Deus para nós, mulheres. E ser homem de verdade não é ser “cabra macho” no sentido pervertido que conhecemos aqui no nordeste: homem que não chora, é bruto e sujo, sem modos. A verdadeira masculinidade pode sim expressar emoções intensas e poderosas. Jacó, José, Davi, Paulo e o próprio Jesus choraram, e muito! A própria coragem é definida na BÃblia muitas vezes como uma aparente derrota. A semente que dá frutos primeiro tem que morrer, o que encontra a vida é aquele que a perde, o vencedor é o que oferece a outra face ao que fere. José perdeu sua famÃlia e teve que ser um escravo para tornar-se governador, Paulo ficou cego para entender o quanto deveria padecer por Cristo, Zaqueu teve que se arrepender de suas práticas corruptas e restituir aqueles que havia enganado, Corey teve que morrer para mostrar ao mundo como a verdadeira masculinidade é uma bênção para a mulher.
O mundo define o homem de sucesso como aquele que conquista e domina. Para Deus, no entanto, a verdadeira grandeza não está na sabedoria, força ou riquezas, mas está em “conhecê-Lo como Senhor que exerce bondade, justiça e retidão” (Jr 9.23). Sim, ser homem é refletir essa imagem graciosa de Deus ao mundo e nada mais icônico poderia ser do que as palavras e imagem do próprio Corey, ao dizer: “Abaixem-se!”
“Abaixem-se” pode ser compreendida como “humilhem-se, sirvam, protejam, homens!” - isso é ser homem de verdade!
Deus abençoe Helen e suas filhas. Deus nos dê mais homens como Corey, como Luciano, como Joel. Assim estaremos seguras contra homens maus.
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Adna S Barbosa