- Eu queria tanto trabalhar mais para Jesus, ganhar almas para o seu Reino. Eu fico pensando, se Jesus voltar hoje, o que eu vou apresentar a Ele? Não quero aparecer diante dele de mãos vazias.
Naquele momento, em meus pensamentos, falei comigo:
- Como assim? Claro que ela não vai comparecer diante de Deus de mãos vazias! E eu, sou o quê? E minhas irmãs? Toda nossa famÃlia estará lá naquele Dia (assim quero eu) e todas nós, suas seis filhas, só chegaremos lá porque ela nos evangelizou dentro de casa, nos ensinando dia e noite a Palavra.
Pronto. Guardei aquilo comigo até hoje. Naquela época, meu pai não vivia exclusivamente da obra de Deus (hoje ele é pastor com dedicação exclusiva). Ele trabalhava duro para sustentar a famÃlia numerosa, e minha mãe, que sempre foi muito ativa nos trabalhos de evangelização da igreja (meu avô, seu pai, era pastor; meu bisavô era pastor também), agora estava dedicada exclusivamente ao trabalho doméstico. Pouco tempo restava para outros afazeres, além dos domésticos. No entanto, para a tarefa principal naquele momento de sua vida, que era cuidar do lar, ela dedicou o mesmo empenho que vejo hoje quando realiza a obra de Deus na igreja em que meu pai é pastor, agora de forma integral e exclusiva.
Minha mãe entendeu muito bem sua missão quando soube parar suas atividades na igreja e dedicar tempo exclusivo para nós. Entendeu que nossa salvação era mais urgente que a salvação dos filhos dos outros, e que para isso ela fora chamada. Ela entendeu isso na prática, mas naquele momento do carro ela não ponderou dessa forma.
Minha mãe não parou de evangelizar quando esteve dentro das quatro paredes de nossa casa. Pelo contrário, dia e noite não cessava de ministrar a Palavra de Deus, não somente falando nos cultos domésticos, ou nas instruções diárias, mas a sua vida era a própria BÃblia falando. Não havia uma disputa entre nós sem que ela não chegasse com um versÃculo tentando apaziguar. Nas horas iniciais do dia ela só permitia as brincadeiras depois da leitura da bÃblia e culto doméstico. Café, almoço e jantar eram preciosos momentos em que nos reunÃamos, todas em volta da mesa, para ouvir o nosso pai (e ela) falar histórias de sua vida ou da bÃblia. Desenhos? Ela selecionava rigorosamente. TV? Tive por pouco tempo durante a infância e a maior parte do tempo vivemos sem ela. Se estávamos assustadas, com medo da noite, ela recitava o Salmo 4 e o verso 8. Cozinhava, passava e arrumava sempre cantando um hino. Nos momentos difÃceis ela recitava para si mesma os salmos ou trechos da BÃblia decorados. Sem falar que quando não a encontrava em parte alguma da casa, com certeza podia achá-la no quarto de joelhos, orando.
Poderia seguir a lista, mas acho que está bom. O que eu quero enfatizar com tudo isso?
Que ser dona de casa não a impede de ser uma missionária e evangelista. Você apenas muda de plateia. Seu público deixa de ser estranhos e passa a ser aqueles que Deus graciosamente lhe deu para cuidar. Aqueles outros, Deus enviará missionários que levarão a Sua Palavra. Mas estes últimos, seus filhos, somente você será responsável pela salvação ou perdição eterna deles, caso tenha sido omissa.
Pense nisso, mamãe, e encha-se de motivação para fazer essa obra gloriosa. Eu pensei nisso hoje e fui fortalecida. Mais uma vez, obrigada mãe! Seu exemplo fala muito alto nos meus dias.
"Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua famÃlia, negou a fé, e é pior do que o infiel. Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido; tendo testemunho de boas obras: Se criou os filhos, se exercitou hospitalidade, se lavou os pés aos santos, se socorreu os aflitos, se praticou toda a boa obra.
(...) Quero, pois, que as que são moças se casem, gerem filhos, governem a casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer; porque já algumas se desviaram, indo após Satanás." (1 Timóteo 5:8-15).
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Adna S Barbosa
(primeira publicação 28/08/2013)
Adna S Barbosa
(primeira publicação 28/08/2013)