Quando as pessoas descobrem que você pratica a educação domiciliar logo perguntam:
"E A SOCIALIZAÇÃO?"
Esse mantra é repetido vezes sem conta pelas pessoas mais incríveis: desde profissionais qualificados a pais e mães bem intencionados. "A escola é necessária para formar pessoas sociáveis", dizem. Ora, o que é socialização? Não é a relação com outros da sua espécie? E para quê servem pai, mãe, irmãos, parentes, vizinhança, igreja?
Eu fico feliz em dizer que minha caçula, mesmo não tendo pisado em escola, é a mais solícita, empática e sociável criatura desta vida. Os outros dois desde que entraram na escola trouxeram manias de outras crianças que nunca entrariam em nosso lar, se da escola não fossem trazidas. Foi e é um duro trabalho polir novamente as pedras de valor que Deus nos deu.
Eu apelo aos que militam pela boa educação das crianças, que pensem um pouco: as creches têm efeito mais positivo ou negativo? Como explicar as frequentes doenças e o comportamento incontrolável (para não dizer mal-educado) das crianças?
Depois de dar minhas explicações aos pais e profissionais, encontro que a razão primária para a escolha da educação escolarizada não é a socialização, mas a necessidade que muitos pais têm de ausentar-se por longo tempo da vida familiar, salvo raras excessões. Neste caso, não deveríamos culpar a necessidade da criança por uma vida sociável, mas buscar a resposta para a mudança de propósito que o trabalho sofreu ao longo desses anos. Trabalho não deveria ter uma função utilitária, mas um propósito transcendente de servir e amar a Deus.
Não vale trocar a família por um status social melhor. A casa não é e nunca foi lugar de esquecimento e ostracismo. A desculpa da socialização não se justificou na prática, e não sabemos ao certo se ela será sustentável. "É a economia, seu estúpido", falou um presidente americano. Não, não é a economia. É a falta de amor, de ética, de disciplina, para dizer o mínimo.
Nos preocupamos em demasia com a liberdade pública de tal forma que deixou de ser liberdade para ser imposição. A liberdade pública exige que todos devem sair de casa para escola, e quem não for será banido, podendo até mesmo ser preso. Essa é a democracia que temos.
A verdadeira liberdade confere às famílias a possibilidade de escolher qual é a melhor maneira de educar seus filhos: se na escola tradicional ou à distância, em casa com os pais ou em acompanhamentos de profissionais contratados pelos pais.
E se, ainda, a liberdade não for dada, eu preciso lembrar-lhes que o nosso guia não é a lei de diretrizes e bases, nem a cartilha dos educadores acadêmicos. Nosso manual de educação é a Bíblia Sagrada. Em Deuteronômio 6 encontramos que o lar é o centro educacional do crente. Não precisamos de uma vila para educar uma criança, como diz a canção do mundo, mas de uma família que ame e proteja seus filhos.