Crianças: peças de um fichário ou jóias do mostruário divino?
14:38:00
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Deus não faz um ser humano igual ao outro. Nem mesmo os gêmeos. Tenho três filhos e jamais pensei que seriam tão diferentes uns dos outros como são. Filhos dos mesmos pais, crescendo no mesmo ambiente, amados igualmente, mas tão diferentes na personalidade, no caráter, nos modos, na forma como aprendem. É tão intrigante tudo isso, mas é, ao mesmo tempo, tão lindo! É a beleza da diversidade da mais alta criação divina bem diante dos nossos olhos.
A natureza é diversa, como é o Seu Criador. Ele criou cada coisa para o seu próprio fim, inclusive cada criança para desenvolver dons únicos. As civilizações florescem porque somos diferentes. A uniformidade, por outro lado, é característica do que é selvagem. É uma violência contra o talento, a genialidade, o poder de raciocínio. A uniformidade nega o princípio da vida humana e do seu florescimento, pior do que isso, leva a humanidade à morte.
Cada criança difere de outra nos interesses e habilidades. Como, então, explicar o modo de educar nossas crianças atualmente?
Todas estão devidamente catalogadas em suas séries que correspondem às suas idades (como se idade determinasse o conhecimento), em horários fixos e sujeitas ao mesmo destino profissional: estudantes universitários. Infelizmente, chegamos num nível de uniformidade tão acentuado que faz-se exames para diagnosticar como doentes aqueles que não se adequam a um ambiente específico de aprendizagem.
Todas estão devidamente catalogadas em suas séries que correspondem às suas idades (como se idade determinasse o conhecimento), em horários fixos e sujeitas ao mesmo destino profissional: estudantes universitários. Infelizmente, chegamos num nível de uniformidade tão acentuado que faz-se exames para diagnosticar como doentes aqueles que não se adequam a um ambiente específico de aprendizagem.
Passei por uma experiência assim com um dos meus filhos. Ele é uma criança ativa, falante, alegre, muito criativo. Mas o ambiente tradicional de ensino definitivamente não combinava com ele. Ele gosta de imaginar coisas, desenhar, construir, desvendar engrenagens, fazer testes in loco com os brinquedos feitos por ele mesmo. Naturalmente, ele não gostava das provas e avaliações feitas somente com questões de marcar X. Como é de se esperar, ele passava um bom tempo da avaliação desenhando no papel. Fui chamada pelos especialistas em educação e recebi a terrível notícia de que ele precisava de uma terapia para deixar de desenhar em provas. Como a maioria das mães sinceramente desejam o melhor para seus filhos e como fomos ensinadas a não confiar em nossos sentimentos, mesmo achando estranho, fui em busca de um profissional. Chegando lá, ele me encaminhou para fazer um exame com uma fonoaudióloga.
É sempre assim: aplicam a mesma regra aos diferentes, os que não se encaixam na média são encaminhados para profissionais competentes, que, por sua vez, encaminham para outros profissionais que, em alguns minutos de conversa ou exame, sairão com uma sentença de morte da individualidade. E foi assim. Cheguei, contrariada, no hospital para fazer o tal exame. Com muita frieza, a profissional encaminha meu filho para uma cabine acústica, na qual ele será avaliado com fones de ouvidos que reproduzem o barulho das escolas. Ao mesmo tempo, ele tem que responder a perguntas feitas por ela.
A criança já se aproxima deste lugar com certo terror. Ela está bem, saudável, brinca, corre e pula, mas alguém diz que ela tem um problema e a encaminha para o hospital. Imagine agora essa criança neste lugar inóspito, sendo interpelada por alguém que vai detectar uma doença complexa em apenas 10 minutos. E, realmente, depois de um curto tempo de perguntas e respostas, eu, que assistia tudo aquilo pasmada, recebo da profissional que ele precisa de terapias para se adaptar ao ambiente escolar. Ou seja, ele tem o jeito dele, a forma de ser e de aprender, mas isso é violado, ele não pode ser quem é pois precisa conformar-se ao padrão estabelecido.
Não acreditei no que a senhora falou e, como mãe, disse-lhe que num ambiente como aquele, ele JAMAIS poderia mostrar suas aptidões para a aprendizagem. “Eu conheço meu filho e sei que aqui ele jamais conseguirá preencher os requisitos da normalidade desse teste”, disse. Ela não gostou e, muito grosseiramente, disse-me que poderia refazer o exame. Eu, ainda sem acreditar que Deus havia me habilitado, e não ela, para avaliar meu filho, aceitei remarcar. Nem preciso dizer o que aconteceu depois disso.
Em poucos minutos, a criança que gosta de desenhar em provas da escola sai com um diagnóstico e é encaminhada para neurologistas, psiquiatras, otorrinolaringologistas, audiologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, pedagogos, profissionais da educação, a lista não tem fim. Eles descobrem que aquela criança não vai se adaptar ao modelo e então entorpecem as crianças com remédios para ficarem “quietinhas” em sala de aula. Nesse ponto, a criança já deu início ao processo de falência múltipla das suas capacidades e é só uma questão de tempo até que ela desenvolva depressão, síndromes ou transtornos.
Colocar crianças diferentes em fôrmas iguais é desajustar sua programação natural. Qualquer ritmo que se estabeleça em locais como os chamados “ideais” para a formação das crianças, vai trazer injustiça para quase todos. Os que aprendem com rapidez perdem o interesse, e os que são mais lentos não conseguem acompanhar. Ambos serão desencorajados: estes, para a morte de suas aptidões, e aqueles, para a anestesia permanente dos seus dons.
Não nos enganemos: Deus não nos deu filhos estranhos, nem nos fez incapazes de conhecê-los. Pelo contrário, quem melhor pode conhecer as aptidões e a personalidade da criança do que seus próprios pais? O contato diário, o amor envolvido nos tornam qualificados de uma maneira única que jamais outros, por mais graduados que sejam, poderiam ser. Ninguém é tão qualificado quanto os pais para saber quanto ou em que ritmo deve ensinar à criança, quais são os requisitos de liberdade ou disciplina da criança. O arranjo ideal de Deus foi: filhos aprendendo com os pais ou com pessoas que tivessem uma estreita relação a ponto de conhecê-los na suas individualidades. Não é assim o modelo de Cristo? Mestre e discípulo caminhando lado a lado, conhecendo e sendo conhecidos.
Entretanto, alguns dizem: “eu não sou professor, como poderei ensinar a meus filhos?”. Ora, quem disse que com o nascimento do seu filho você não recebeu um diploma de professor? Deus disse: "estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração e as ensinarás a teus filhos”. Deus, o próprio Deus, foi quem disse isso. Quem é você para contender com o seu Criador? Quase todos os pais estão qualificados para ensinar seus filhos, principalmente nas disciplinas elementares. Quando eles crescem, então, nas matérias que não são qualificados, os pais podem contratar tutores individuais, mas sempre sob a supervisão geral deles.
Precisamos tratar com seriedade aquilo que Deus nos dá para cuidarmos. Há filhos que aprendem rápido, outros não, mas ambos são especiais para Deus de uma forma única. Deus quer usar a ambos, do Seu jeito, no Seu ritmo. Percebam, o jeito e o ritmo são de Deus. Quando compreendemos isso, passamos a tratar nossos filhos com a dignidade com a qual merecem ser tratados. Deus é o Dono e o Controlador. Ele fez assim e não quer que mudemos as coisas para se ajustarem ao nosso padrão.
Há crianças que não são receptivas à instrução formal e cuja capacidade de raciocínio de conceitos abstratos não é muito grande. Há crianças que são ativas e não passivas, gostam de movimento e não de reflexão. Forçar essas crianças a terem outros padrões de comportamento, como hoje o Estado faz em quase toda parte, é uma ofensa criminal à sua natureza. Elas são forçadas a sentar e aprender assuntos e sofrer ao ver que não são como o colega esperto que aprende tudo o que é ensinado na sala de aula. Por outro lado, os alunos brilhantes nas aptidões intelectuais atrasam o desenvolvimento enquanto esperam pelas outras crianças que ainda precisam aprender. Horas e horas da vida são perdidas na insistência de um padrão estabelecido por um ser impessoal como o Estado.
Nosso Deus não tem limites na sua forma de trabalhar. Ele tem um jeito único de nos ensinar e de fazer florescer os dons que Ele mesmo colocou em nós. Forçar um modelo único é violar a natureza criada e isso não fica sem consequências. Educar é um processo lento e diário de plantar sementes nos corações e nas mentes dos jovens. Ela abrange todas as áreas da vida e não somente o intelecto. Requer tempo diário, vigilância e diligência. É um estilo de vida que requer uma imitação literal do mestre; não é uma preparação para a vida, pois aprender é a própria vida, segundo o Criador (Dt 6).
Formar crianças não é um trabalho para estranhos, mas um trabalho que o Senhor nos deu de fazer discípulos, começando em nossos lares. Um dos grandes fracassos do Cristianismo no mundo se deve ao abandono dessa função nos lares; perdemos de vista o propósito bíblico da educação, que é a principal fonte do processo inicial de discipulado e amadurecimento de uma criança. Mas é verdade que também o grande sinal do retorno de Jesus será visto quando o coração dos pais se converter aos filhos, tomando novamente as rédeas da formação deles no lar.
Educar não é apenas outra tarefa da vida entre tantas outras que competem pela nossa atenção. Talvez, educar nossos filhos seja a única tarefa que nos define como pais que seguem Jesus.
Crianças são pedras de grande valor para Jesus. Ele as ama e as fez únicas com o propósito de engrandecê-Lo neste mundo. Ele deu a você essa jóia e disse: “cuida para mim, desperta nela os dons e talentos que cuidadosamente coloquei e breve virei a ti, para receber de tuas mãos o que é Meu”.
Nosso Deus não tem limites na sua forma de trabalhar. Ele tem um jeito único de nos ensinar e de fazer florescer os dons que Ele mesmo colocou em nós. Forçar um modelo único é violar a natureza criada e isso não fica sem consequências. Educar é um processo lento e diário de plantar sementes nos corações e nas mentes dos jovens. Ela abrange todas as áreas da vida e não somente o intelecto. Requer tempo diário, vigilância e diligência. É um estilo de vida que requer uma imitação literal do mestre; não é uma preparação para a vida, pois aprender é a própria vida, segundo o Criador (Dt 6).
Formar crianças não é um trabalho para estranhos, mas um trabalho que o Senhor nos deu de fazer discípulos, começando em nossos lares. Um dos grandes fracassos do Cristianismo no mundo se deve ao abandono dessa função nos lares; perdemos de vista o propósito bíblico da educação, que é a principal fonte do processo inicial de discipulado e amadurecimento de uma criança. Mas é verdade que também o grande sinal do retorno de Jesus será visto quando o coração dos pais se converter aos filhos, tomando novamente as rédeas da formação deles no lar.
Educar não é apenas outra tarefa da vida entre tantas outras que competem pela nossa atenção. Talvez, educar nossos filhos seja a única tarefa que nos define como pais que seguem Jesus.
Crianças são pedras de grande valor para Jesus. Ele as ama e as fez únicas com o propósito de engrandecê-Lo neste mundo. Ele deu a você essa jóia e disse: “cuida para mim, desperta nela os dons e talentos que cuidadosamente coloquei e breve virei a ti, para receber de tuas mãos o que é Meu”.
O tempo corre; já estamos em setembro de 2019, ou seja, está mais perto de acabar o ano que mal começou. Qual é o balanço que você faz sobre esse assunto? Quanto da educação dos seus filhos repousa sobre suas mãos? Quanto ele aprendeu, ou melhor, o que aprendeu?
Despertemos enquanto há tempo.
6 comentários
Maravilhosa reflexão, muito obrigada!Deus abençoe você e sua família.
ResponderExcluirAmém! Deus abençoe você também!
ExcluirLindo o jeito do João de perceber o mundo! Fico feliz por sua paciência e interesse na educação dele, Adna. Você tem uma linda família. Deus abençoe vocês!
ResponderExcluirAmém!
ExcluirO poema Criação do Mundo foi um marco na nossa vida. Foi o primeiro poema que ele decorou após a revolução na sua educação. Até hoje guardo com muito carinho o fruto dos dons que Deus deu a você. Agradeço a Deus por sua vida!
Como sempre, profundo e cheio de sabedoria do alto! Glória a Deus pela sua vida!
ResponderExcluirMuito bacana, publiquei no meu grupo homeschooling. Abraços
ResponderExcluirhttps://www.facebook.com/groups/2239955969360850/
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