Por que a dona de casa incomoda tanto?

18:23:00


Em seu discurso no Dia Internacional da Mulher, o erro do presidente Temer foi esquecer que boa parte do feminismo atual está calcado em um ressentimento gigantesco contra as mulheres que se dedicam à casa, ao marido e aos filhos com simplicidade, sem grandes ambições públicas. Para muitas feministas, o valor que a sociedade atribui a essas mulheres está em relação inversamente proporcional ao valor que elas se atribuem por uma carreira ou um empreedimento bem-sucedido.

Por mais que a propaganda, a mídia e o mainstream intelectual afirmem o maior valor da mulher ambiciosa profissionalmente - o que fazem com muita ênfase -, uma só menção honrosa a uma humilde dona-de-casa provoca toda uma avalanche de sentimentos autodepreciativos: "É um discurso humilhante para uma mulher!", bradam. De fato, será humilhante se a feminista aguerrida realmente se sente inferior à dona-de-casa. E eu acredito que, em muitos casos, ela se sente inferior sim: o linchamento virtual da primeira-dama "bela, recatada e do lar" não me deixa mentir. Ela se sente inferior porque todo o seu feminismo foi construído sobre a negativização, a condenação, o banimento absoluto da figura feminina que se dedica ao lar. Qualquer impulso de restabelecimento dessa figura lhe soa como um tapa na cara.

Eu não nego a participação da mulher na vida pública, pois eu mesma sou um exemplo disso. Mas nego que a energia aplicada pela mulher à casa e à família - desde o cuidado doméstico (que inclui a sabedoria nas compras de supermercado!) até o tempo de qualidade vivido com o marido e os filhos - deva ser menosprezada para que a mulher possa crescer. Esse é o fundamento do feminismo que as mulheres cristãs precisam contrariar, primeiro com suas vidas, e depois com suas palavras.

(Norma Braga Venâncio)

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