As meninas, a Barbie e a mulher que querem ser [Parte 2]

18:57:00






(Ouça o áudio)

(Leia a Parte 1 deste texto aqui)

Na postagem anterior, vimos como a Barbie surgiu, quem foi sua idealizadora e quais eram seus propósitos. Vamos continuar nesta conversa e eu espero sinceramente que a verdade ilumine o nosso entendimento para que aprovemos o que é agradável ao Senhor. Temos a tendência de achar que certas coisas ou comportamentos não entram na lista de pecados prescritos na Bíblia e que por isso não nos fazem mal. Mas a verdade é que existem muitos princípios que regem nosso modo de viver aqui, e quando não andamos por eles, fatalmente experimentamos o fruto amargo das consequências desta falta de atenção ao que Deus estabeleceu como princípio e regra.  

Estou mais do que convencida de que o príncipe desse mundo quer matar mesmo nossas crianças. Ele vem sorrateiramente, disfarçado e aos poucos vai mostrando a sua cara. Foi assim com a Barbie: de uma brinquedo para meninas crescidas, agora faz parte de uma coleção de bonecos customizáveis sem gênero definido. Segundo a empresa, os bonecos da linha Creatable World são "livres de qualquer etiqueta", em um mundo que "celebra os impactos positivos da inclusão" (você pode ler aqui).

A Barbie, que nunca foi santa, vem agora com uma clara etiqueta de combate às famílias e à construção da identidade familiar nos filhos. Tiraram os bebês das garotinhas e colocaram uma mulher prostituta em suas mãos. Agora, imagine nossas meigas mocinhas acariciando seres sem gênero. Elas foram ensinadas a não amarem os bebês e agora vão ser ensinadas a rejeitar sua identidade biológica. O que vejo nisso tudo é uma tentativa de destruir valores, destruir a história e construir uma nova baseada no que é repugnante, feio e amedrontador. Querem roubar das nossas crianças o que há de mais belo: sua pureza e seu mundo livre de problemas. Querem destruir toda e qualquer admiração pelo belo, pelo diferente, atraindo-as somente para o que é novidade pervertida. Querem matar a família, os bebês, a base da vida.




A FIGURA MASCULINA REPRESENTADA NO KEN

Como os bonecos masculinos não vendiam bem, Ruth comercializava Ken para meninas que queriam um namorado para a Barbie. Foi muito importante dar ao Ken o título e a identidade de  namorado e não de marido, porque assim a Barbie independente continuava sendo a estrela.

A figura do Ken contribuiu ainda mais para o despreparo nos relacionamentos duradouros, com grandes perdas para a constituição de uma vida familiar saudável. 


MATERNIDADE: A CONQUISTA DE UM FILHO


A ideia de tornar a Barbie uma mulher independente e dona de si não foi suficiente. As crianças, como portadoras da imagem de Deus e, por isso, em busca do seu propósito original, naturalmente pediram que Ken e Barbie tivessem um bebê. Ruth recusou, insistindo que Barbie representava o direito de uma mulher de escolher sua própria vida. Ela não queria promover a domesticidade, pois a aborrecia. Mas não teve jeito, os bebês tinham que nascer para as meninas. Foi então que criaram o conjunto Barbie Babysits, de 1963. Vinha com telefone, mamadeira, berço rosa e um bebê. Só que para não desfazer a imagem que tentava construir nas meninas a respeito da mulher, junto com Barbie "mãe", Ruth acrescentou óculos escuros e três mini-livros: "Como ter sucesso, Como viajar e Como perder peso".


A Barbie-mãe nada mais era do que uma mulher como muitas de hoje: uma mulher cuja maternidade é uma conquista tal como outra qualquer. Mas essa imagem da mulher independente custou caro para nós. Após 60 anos de muito preparo e esforço para garantir o sucesso profissional, a conquista ou mera manutenção do status, observamos que isso tornou uma grande armadilha para as mulheres. A castidade jogada no lixo e os interesses conflitantes com a própria constituição existencial e mesmo física - como visto no apelo pelos filhos da Barbie - não foram contabilizados no projeto inicial. 

Graças à emancipação da mulher, já conseguiram eliminar aquela divindade em torno da figura materna quase que totalmente da vida imaginativa das nossas crianças. Poucas querem ser mães. Ser mãe é algo humilhante. Aquela aura que existia em torno da maternidade se foi e juntamente com ela o poder dado por Deus de formar uma geração de piedosos, que aprenderiam com seus pais o temor ao Senhor. Dinheiro, roupas, acessórios, corpo bonito não compram contentamento, não compram família. Nós, mulheres, fomos criadas para uma obra sublime no lar, cuidando da casa, do marido e dos filhos. O rio da cultura representado na Barbie não pode roubar o que de melhor Deus deu para nós.  



A VERDADE SOBRE OS BRINQUEDOS E AS BRINCADEIRAS
Os brinquedos têm uma influência significativa no desenvolvimento das crianças, muito além do brincar inocente. Por meio da brincadeira, as crianças imitam normas sociais e transmitem mensagens sutis sobre os papéis masculinos e femininos.

Timothy Jennings, psiquiatra cristão, explica no seu livro 
The God-Shaped Brain (O cérebro moldado por Deus) como os estímulos na infância determinam comportamentos futuros. No córtex pré-frontal, aquela parte do cérebro na qual se processam a razão e o juízo, se desenvolvem o pensamento analítico, a capacidade de raciocinar e tomar decisões.  Essa área é estimulada na infância principalmente pela linguagem escrita e falada, pelo contato direto com situações reais que envolvam conflitos, sendo mediadas por adultos maduros, capazes de ensinar com suas escolhas. O sistema límbico, por outro lado, é aquela área cerebral na qual estão nossos sentimentos e emoções. Dr. Jennings diz que adolescentes que tiveram uma infância recheada de fortes estímulos emocionais não só têm maiores riscos de problemas de atenção, como também são mais propensos a serem temperamentais, impulsivos e agressivos, e de sofrerem aumento da ansiedade e da volatilidade emocional, levando à promiscuidade sexual e à violência.


A construção da identidade da menina tem suas raízes nos anos da infância. Crianças muito estimuladas na infância com brinquedos que apelam para fortes emoções - como violência, perdas bruscas, romances com um alto grau de sensualidade e apego doentio - quando chegam à adolescência, experimentam um desequilíbrio cerebral. A cultura popular, hiperssexualizada, violenta e espiritualmente vazia, ativa o circuito límbico, aumentando ainda mais o comportamento autodestrutivo. A Barbie é um produto cultural que estimula práticas pecaminosas, como vimos. Não podemos separar o criador da criatura. Nossa cultura não é neutra, como não é o ser humano. Brinquedos e brincadeiras são reflexos da vida real, podendo reforçar padrões sadios ou doentios da vida humana. Os jogos estão aí para comprovar a veracidade dessa afirmação.


Presenciei, no parquinho do prédio em que moro, os efeitos nefastos de como esses produtos culturais podem moldar as escolhas das nossas meninas. Observei três garotas, com idades entre 3 e 5 anos, que brincavam ao longe. Jamais poderíamos dizer que se tratava de 3 criancinhas, mas pareciam três mulheres vaidosas. Elas andavam como se estivessem em uma passarela, empinadas, todas três estavam maquiadíssimas, e havia uma que estava de salto alto (pasmem! Para brincar no parquinho). 

Aquela cena despertou em mim sentimentos de compaixão por essas criancinhas de hoje e de inúmeras meninas que não mais brincam de boneca, de correr, de pular. Elas querem mesmo é parecer com a maldita boneca da Barbie. 
Há ainda um agravante em nossa natureza: somos todas filhas de Eva. Somos estimuladas pelo que vemos e ouvimos. Como mães, não podemos entregar nossas filhas aos apetites desordenados da carne.  É preciso muito cuidado no que deixamos entrar em casa, especialmente aquilo que pode moldar os valores das crianças. Somos, no mundo, coluna e firmeza da verdade; não podemos nos curvar diante dos modismos mundanos, por mais inofensivos que pareçam ser. 





O PROPÓSITO DA MULHER NO MUNDO
A Barbie foi criada com o propósito específico: imprimir nas meninas um conceito sobre o papel da mulher diferente daquele comum dos anos 60. Esse propósito foi cumprido muito bem. Nós também, tal como a Barbie, fomos criadas com um propósito específico que difere completamente do idealizado por Ruth. Somos também criação de alguém. Nosso Criador, nosso Designer, nos colocou aqui no mundo para que refletíssemos a Sua imagem. Nós, como mulheres, revelamos traços do caráter de Deus de um forma única, diferente da que os homens revelam.


Deus não nos fez para ficarmos obcecadas pela aparência física, muito menos para que disputemos o espaço com os homens. Ele nos fez de uma forma única e solene, de um jeito inusitado. A mulher, desde as suas origens, veio para completar a grandiosa obra da Criação. Provérbios 31 é o capítulo que retrata a mulher que vive plenamente a missão dada por Deus neste mundo. Nesse trecho, a beleza é mencionada apenas uma vez, com ênfase na sua transitoriedade. Isso quer dizer muito sobre onde recai nosso grande propósito.

Deus sabia que esse ponto da vaidade e da beleza poderia atrapalhar as coisas. Ele então tratou de deixar tudo bem claro a respeito do nosso real valor, mostrando que a beleza é passageira, não vai durar. Ela não tem valor eterno e por isso não pode dominar nossas escolhas. De acordo com Provérbios 31, a mulher elogiada é aquela que teme o Senhor. O corpo perfeito da Barbie, seus cabelos e seu caráter impetuoso não nos definem como mulheres de sucesso. O temor ao Senhor é a nossa verdadeira grandeza e beleza.



CONCLUINDO...
Ruth estava à frente de seu tempo de várias maneiras. Quando ela descobriu que seu filho casado, Ken, havia contraído AIDS por causa de um caso gay, ela o apoiou e o levou aos principais médicos, antes de morrer em 1994. Nesse mesmo ano, Jill Barad, a nova presidente da Mattel, ligou para Ruth para ajudar a divulgar a Barbie que exercia profissões como astronauta, médica, dançarina, soldado e presidente. Quando Ruth morreu em 2002 de câncer de cólon, os obituários a declararam como inventora da Barbie, chamando-a de mulher por trás do ícone cultural pop americano mais vendido no mundo. A Barbie tinha uma taxa de reconhecimento de 98% - mais do que o presidente americano ou a rainha da Inglaterra.

Diante de tudo o que lemos, fica o meu alerta: muito cuidado com as bonecas! Elas podem reforçar uma cultura anti-mulher, anti-homem, anti-cristã na vida de sua filha. É um desafio cada vez maior criar meninas neste mundo, onde pessoas de bem enaltecem o vil, o doente e reduzem a verdadeira mulher a meros objetos de prazer. Da mesma forma que as bonecas podem projetar bons modelos femininos de vida, podem também sufocá-los. Brincar de boneca pode ser uma preparação para a maternidade e sabedor disso, nosso inimigo, que é astuto, deu um jeito de enganar as meninas reproduzindo bonecas que negam a natureza da mulher. 

Precisamos levar a sério as recomendações bíblicas a respeito das imagens humanas. Não que devemos abolir completamente as bonecas da vida de nossas crianças, mas precisamos ver que tipo de influência elas exercem em suas vidas. Brinquedos e brincadeiras são representações dos valores da alma e é por isso que precisamos avaliar que valor espiritual a Barbie carrega. Como pais que desejam o melhor para os filhos, devemos considerar cuidadosamente o valor das atividades dos nossos filhos e a influência que elas podem ter no desenvolvimento deles. Os tipos de brinquedos com os quais brincam estão incluídos nisso. 




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Adna S Barbosa

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