Entesourando pra Deus

11:39:00



Ouça aqui:

 

 Hoje, ao ler minha Bíblia, aprendi algumas preciosas lições a respeito dos compromissos que devemos firmar com Deus em comunidade para termos Suas bênçãos. Trata-se da história da nação de Israel no período de Neemias, aquele que reconstruiu os muros de Jerusalém no cativeiro.

No capítulo 10 de Neemias, o povo firma um compromisso por escrito com Deus de obedecê-Lo em comunidade (v.28,29). As promessas incluíam a proteção da herança santa, limitando o casamento somente entre pessoas da mesma nação; observância do dia do Senhor e do descanso; ofertas voluntárias ao Senhor para provisão das necessidades dos serviços sacerdotais; dízimo e consagração da família ao Senhor; frequência regular dos cultos, cuidado com os líderes do povo e transparência na administração dos recursos, além de outras. Eles terminam o documento com estas palavras: “Prometemos não descuidar do templo do nosso Deus”.

Cada história da Bíblia foi registrada com propósito definido. Paulo disse que “tudo o que foi escrito, para o nosso ensino foi escrito.” E, de fato, posso confirmar em minha própria vida que os princípios estabelecidos naquele documento são, hoje, tão necessários para o bom andamento de nossa vida pessoal e comunitária como foram para aqueles dias. Em suma, o texto traz o grande princípio de que nós devemos organizar nossa vida - relacionamentos, trabalho e finanças - de modo a agradar a Deus. Este modo inclui renúncia, fé, humildade e generosidade.

Eu quero, de todas elas, destacar as lições que aprendemos com a administração dos bens que recebemos do Senhor e sua relação com o trabalho do serviço ao Senhor cujo fruto usufruímos na comunidade dos fiéis, que estabeleceram com Deus um concerto de obedecê-Lo. A contribuição que é dada na comunidade para o sustento do serviço e dos trabalhadores, sendo feita com lisura por aqueles que administram os recursos.

Eu percebo que muitos de nós oram, trabalham arduamente para conseguirem dinheiro, mas, ao receberem, gastam-no naquilo que “não é pão” (Is 55.2), ou seja, gastam com o que não tem proveito para a vida eterna, como disse Jesus em João 6:27: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará”. Trabalhamos para ter as coisas desta terra e esquecemos de cuidar das coisas do Senhor.

O fato é que sempre que sobra alguma coisa ou quando temos uma renda extra, a nossa tendência é de, com elas, satisfazermos os desejos do nosso coração. Neste pacote de desejos estão a viagem e a casa dos sonhos, roupas finas, carro, diversão entre amigos, investimento em nós mesmos naquilo que pode nos trazer mais lucro como especializações acadêmicas, cursos e afins. A generosidade normalmente é voltada para nós e para nossos prazeres, nunca para o bem de outros e especialmente para o crescimento da obra do Senhor.


A administração financeira é ensinada em toda a Bíblia e a tônica está sempre voltada para a generosidade exercida por uma vida previdente e modesta. De acordo com o texto que li, essa generosidade é mostrada em meio à comunidade dos santos, dos separados para Deus. Você está envolvido num trabalho para o Senhor? Sente paixão por esta obra e pelos irmãos que nela trabalham? Então, este é o lugar para o qual parte importante de sua renda deve ser destinada.

Somos mordomos dos recursos de Deus. O que damos não é nosso, mas de Deus que “nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos”, praticando o bem, enriquecendo-nos de boas obras, sendo liberais e generosos, entesourando para nós mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possamos alcançar a verdadeira vida (1 Tm 6:17-19).

Vejam quanta conexão encontramos nas Escrituras a respeito de como e onde devemos gastar nossos recursos! Em Neemias, o pacto foi para consagrar as bênçãos entregando-as para Deus na comunidade, para o bom funcionamento de Sua obra. Em Isaías, Deus combate o uso do dinheiro para fins supérfluos. Em João, Jesus ensina que a força do trabalho deve ser empregada naquilo que trará bons dividendos na eternidade. E Paulo, ao escrever para Timóteo, deixa claro que a mordomia dos recursos envolve a fé que se manifesta na generosidade cujo propósito é entesourar para a vida eterna.

Veja como se segue:






Como mordomos do dinheiro de Deus, nossos planejamentos devem incluir parte importante dessa renda para o investimento na obra de Deus, na comunidade que participamos. Em vez de planejar o endividamento para satisfazermos a carne, deveríamos estar contentes com o que vestir e com o que comer, usando todo o resto para a glória de Deus (1 Tm 6:6-10).


Convido você a pegar o papel e o lápis. Calcule o quanto tem recebido de Deus e o que tem retornado para Ele em Sua obra realizada na comunidade dos seus irmãos de fé. Faça assim: junte toda sua renda e veja o quanto usa consigo mesmo para suas necessidades básicas. Depois, calcule os gastos com aquilo “que não é pão”. Do que sobrou, quanto retornou para Deus? Agora você tem uma noção do que a sua alma valoriza. Coloque-se diante de Deus em família e faça um compromisso de entregar para Deus o seu melhor. Isso envolverá fé e humildade. Com o tempo, você experimentará da alegria de ver crescer a glória de Deus no mundo e sentirá a paz que excede todo entendimento guardar o seu coração e pensamento em Cristo. Isso porque os seus planos (coração, pensamentos) estarão escondidos em Cristo que nos chama à liberalidade de um coração que se preocupa com Sua obra no mundo. Paulo usou essas palavras justamente para agradecer aos irmãos a oferta de amor que havia recebido.

Em Filipenses, Paulo se alegra com o cuidado renovado para com ele, que servia a Deus na obra (Fp 4:6-10). Fazemos bem em tomar parte no trabalho de Deus ao ofertarmos para Sua obra. Estas ofertas, para Deus, sobem como cheiro suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Ele. Sacrifícios envolvem custos. Davi não aceitou receber a eira de Araúna como presente para sacrificar ao Senhor. Antes, a comprou por aquilo que valia, pois disse: “não oferecerei ao Senhor meu Deus holocaustos que não me custem nada.” (2 Sm 24:21-24).

Façamos hoje a mesma promessa que o povo fez com Neemias:

"Prometemos não descuidar do templo do nosso Deus”.

A garantia da obediência é que o nosso Deus suprirá todas as nossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus (Fp 4:11). Você crê? Ao administrarmos os recursos deste modo, ao Deus e Pai será dada glória pelos séculos dos séculos. O investimento é no céu e seus dividendos serão eternos.



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Adna Souza Barbosa

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