Quando Somente a Presença Importa

19:05:00


Meu filho, depois de escorregar em uma poça de água, chora rios de lágrimas. Não havia cortes, nem sangue, nem nada. Eu e o pai tentamos de tudo para acalmá-lo. Eu perguntei:
- Filho, o que você quer que mamãe faça por você? Quer que eu coloque um curativo?
Ele responde chorando: 
- Nãããooo!
- Quer tomar um banho?
- Nãããooo!
- Quer deitar e dormir?
- Nãããooo!
- O que você quer, então?
- Quero que você cuide de mim...
- Como?
- Ficando aqui juntinho de mim, me dando muitos beijinhos e abraços!


Que remédio fácil! Apertei meu filho contra o meu peito e taquei-lhe muitos beijinhos e abraços. Não deu outra: com menos de dez minutos o menino estava alegre e sorridente.

Pensei: às vezes, não queremos remédios para curar nossa dor, nem palavras positivas. Não queremos ouvir um "vai ficar tudo bem", mas um "tudo pode piorar, mas estarei aqui, suportando com você essa dor". Queremos um amigo como Jesus que disse: "vocês vão sofrer, mas não fiquem com medo, eu estarei com vocês". Queremos apenas um colo, um carinho, um ombro para chorar, uma companhia silenciosa.

Os amigos de Jó foram bons amigos enquanto suportaram a dor de Jó sentados, lamentando e chorando. Quando resolveram “filosofar” sobre o problema, ou encontrar um culpado ou uma solução, acabaram atrapalhando-se.

Sabe, acho que meu filho herdou um pouco de mim: gosto de amizades sinceras, amizades que não se apressam em profetizar bênção em meio às minhas dificuldades. Amizades que valorizam o "chorar com os que choram". E depois de tudo, aquele silêncio vai valer mais do que muitas palavras... Quem é amigo sabe o que isso significa. E os bons amigos são sempre assim: sabem sorrir nas horas certas e calar diante do terror que abate. Sabem chorar, e nessas horas, guardam suas palavras para o momento de oração, junto a Deus.

Tem horas que somente o abraço, a companhia e o silêncio resolvem.

(Adna S Barbosa)

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