Resistindo ao espírito do mundo na maternidade

19:29:00



O dia das mães está chegando e como nunca antes na história observamos mães que se orgulham de serem mães, mais do que os filhos se orgulham de tê-las como mães. Que sentimento estranho! Quando eu era criança, lembro que não havia um dia das mães em que não ficasse sentimental, pensando na minha doce mãe e lamentando a ausência das mães de colegas minhas... Eu orava pedindo para que o Senhor preservasse minha mãe por muitos anos, para tê-la comigo. Minha mãe? Bem, eu não percebia grandes sentimentos nela, mas, algo como, "cumpri o meu dever, filha. Não tenho do que me orgulhar".

É tão contraditório, mas tão comum na vida de mães piedosas: orar, clamar, gritar por ajuda nas questões conturbadas do casamento, filhos e trabalho, mas não resistir à tentação de elogiar a si mesmas diante dos sacrifícios diários pela família, e (que loucura!), muitas vezes inflamar o próprio ego ao dizer "faço isso", "tenho esclarecimento nesse assunto", "vejam meus filhos, não são como os daquele...", etc. Sabemos como clamar quando o problema surge, mas é custoso reconhecer o mérito daquEle que faz impossíveis acontecer. O sucesso sempre tem a nossa ajudinha, mas o fracasso, ah, "fiz tudo o que pude! Não é minha culpa!".

Mas, "...que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o houveras recebido?" (1 Coríntios 4:7). O que temos, seja marido, casa, filhos, bens, trabalho, sucesso, inteligência - tudo vem do Senhor e não há razão para nos gabarmos.

Precisamos resistir à carne em nós mesmas, sujeitando nossos pensamentos, palavras e ações ao domínio do Espírito Santo.

Lembre-se sempre disso, mamãe, quando aquela tentação de autoelogiar-se bater na sua porta, ou quando sentir-se superior às outras: "Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer" Lucas 17:10

Repito as palavras de Lloyd-Jones: "Você, que se elevou e de cima olha para os outros embaixo, olhe para Deus, que de cima o observa cá embaixo, e perceberá que não é nada. Naturalmente, o problema é que temos a tendência de pensar em centímetros, em vez de quilômetros".

A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências. (Romanos 13:12-14).

Deixemos de lado as comparações, os ciúmes, as invejas, a auto-afirmação, a vontade de ter o ego massageado... Somos apenas parte de um todo, uma peça na engrenagem eterna. Não estamos aqui para lutarmos por nós mesmas, para nos afirmarmos como pessoa naquilo que fazemos, não. Estamos envolvidas numa grande guerra cósmica, cujo fim de vitória aguarda todos os que experimentaram o gozo da renúncia e da sujeição.

Seja feliz por ser uma pequena parte desse grande exército. A mulher que entende essa verdade não vive falando de si mesma, nem planejando formas de tirar proveito de uma situação bem-sucedida. Ela está sempre pronta a ouvir e a aprender e a reconhecer o mérito dos outros mais do que os seus.

E se preciso for, essa mulher estará disposta a sofrer perdas por amor à causa, a morrer no anonimato do serviço, se isso lhe render a glória eterna.

Ah, mães, meu desejo é que voltemos a este ponto em que nos perdemos... o ponto da humildade e do dever de fazer sem exigir reconhecimento. Nosso desejo deve ser o de ouvir dos lábios do nosso Senhor aquele lindo elogio: "Bem está, serva boa e fiel, porque no mínimo foste fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor" (Lucas 19:17).

(Adna S Barbosa)

24/04/2015

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