Sobre livros e leituras

17:08:00



Por que tiramos nossos filhos do sistema escolar?


Uma das razões mais fortes é que desejamos muni-los de ferramentas para defender a fé que receberam de seus pais, que o contato cedo com os pensamentos mundanos podem corromper a planta tenra que cresce para ornamento no santuário de Deus. Mas percebam as armadilhas do inimigo: tão logo tiramos da escola, descobrimos que em casa eles aprendem mais, leem mais, podem exercitar mais a mente que outros e isso nos fascina. Lembro que nos primeiros 6 meses de educação domiciliar, minha filha leu mais livros do que em todo o tempo de sua vida até então. Isso é extraordinário! E aí uma brecha enorme abre-se nos muros que estamos construindo: facilmente trocamos a honra a Deus pelo desejo de ser mais inteligente ou, seguir a correnteza da maioria que já caiu neste engodo: famílias que criaram metas literárias exigentes, que competem tacitamente para mostrar que sua casa tem uma cultura superior à da maioria dos mortais presos no sistema que emburrece.


Você embarca nessa estimulado pelas vozes, e pensa que é normal. Cuidado! Eu comecei a entrar nesse caminho e meus pés quase se resvalaram, como disse Asafe no Salmo 73, ao ver a prosperidade das famílias que exibiam filhos brilhantes. Até que entrei no santuário de Deus e Ele acendeu o alerta em minha mente e me incomodou sobre livros que contam sobre magos, bruxas, magia, poderes. Resolvi parar com tudo aquilo.

Assim como o argumento de que crianças precisam ir para escola para serem “pequenos missionários” não faz sentido, o argumento de que devemos ler sobre ocultismo para conhecermos o mal e assim combatê-lo não é inteligente. Crianças não estão equipadas para detectar o mal e ainda estão sendo alicerçadas nas verdades do Evangelho de Cristo. Já temos que lidar com tantas questões espirituais urgentes, como tratar dos pecados do coração, estimular a fé, desenvolver a virtude e amor a Deus que não dá pra dividir esse espaço com os que trabalham exatamente contra todos os nossos esforços para os conduzir a Cristo. Eles precisam fortalecer a fé aprofundando-se na leitura da Bíblia (a propósito: eles ou nós lemos o tanto que deveríamos?), na oração (praticamos essa disciplina com o mesmo afinco que crescemos em conhecimento secular?), engajando-se na igreja local (eles estão envolvidos no evangelismo e na comunhão com os santos?).


Se a leitura desses livros ocupar esse espaço de crescimento espiritual, algo está errado. Se o apetite por literatura de terror ou magia é maior do que o desejo pela Lei de Deus, eles precisam urgentemente de um nutricionista espiritual, e eu tenho que lhe dizer: esse nutricionista é você, pai e mãe! Essas disciplinas são a fonte de vida da sua família! Façamos sinceramente uma análise espiritual e busquemos equipar nossos filhos com a verdade de Deus para que eles possam, futuramente, entrar na guerra contra o mal. Eles precisam de fundamentos racionais para confirmar a fé que têm. Eles não sabem detectar as falácias lógicas e as premissas erradas e eu já testei isso e encontrei que esta é a realidade entre as crianças e jovens.

Estamos protegendo nossos filhos espiritualmente? Sobre este assunto, Lane Craig faz uma analogia de uma pessoa que não sabe nadar e é jogada num oceano. Esperar que ela sobreviva é loucura! Primeiro você a ensina nadar no raso para só então mergulhar no fundo (veja o vídeo abaixo). Antes de apreciar belos enredos que mostram a luta do bem contra o mal, eles precisam beber da fonte que explica o que é o bem e o mal. Cristo, a cruz, a ressurreição, o pecado, a morte, a vida são assuntos reais para pessoas que necessitam entender nesta vida o propósito eterno de sua existência. Entristece-me ver como estamos buscando respostas para questões tão sérias como a natureza do bem e do mal, da beleza e da virtude em literaturas cheias de conteúdo espiritual duvidoso.


Voltemos ao Manancial de Água Viva! Deixemos as cisternas rotas, os poços rachados que não podem reter água. Há muito o que fazer até que eles saibam discernir entre a mão esquerda e a direita. Se o Filho de Deus como homem teve que se alimentar de coalhada e mel até à idade que pudesse rejeitar o erro e escolher fazer o que era certo, por que nossos filhos terão de ser diferentes? (Leia Jeremias 2 e Isaías 7).


Que o Senhor abra os nossos olhos antes que seja tarde demais!


Assistam:




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Adna Souza Barbosa
Autora do blog Feminina Mulher e autora do livro 
“Socialização escolar: a socialização que não deu certo”

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