Meditações de uma mãe na oração sacerdotal de Jesus | Parte 2

20:20:00





[Para ler a primeira parte deste texto clique aqui]

Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram teus, e tu mos deste, e guardaram a tua palavra.

4. Nossos filhos não são nossos. São de Deus. Somos apenas mordomos dessa grande tarefa. Se não nos pertencem, devemos ser cuidadosos e fazer conforme o padrão estabelecido por Aquele que os fez e nos confiou sua formação. O manual do fabricante está pronto. Não precisamos acrescentar nem um jota e nem um til. Basta apenas que leiamos e vivamos com cuidado cada verdade. O primeiro campo de missão evangelístico é o coração dos nossos filhos. Semear a semente e cultivá-la leva tempo. Precisamos dia a dia regar a terra do coração infantil para que se torne terra boa que produzirá muitos frutos para o Reino de Deus. Pois "que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Que adianta ganhar os filhos dos outros e perder a batalha em casa?



Agora já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti;

5. Ensinemos que o que temos e somos vem do Senhor. Deus é o provedor de todas as coisas. Mais uma vez vemos aquele princípio da glória a Deus e da primazia dEle em nossas vidas. Nunca é demais esvaziar-nos de nós mesmos reconhecendo que não somos nada e nada temos se da parte do Senhor não vier. Quando pensamos e vivemos essa verdade valorizamos mais o que recebemos do Senhor. Bens materiais, habilidades, dons espirituais, tudo vem do Senhor. Impregnemos na mente deles o sentimento de gratidão e de não merecimento de suas bênçãos. Assim, eles valorizarão aquele presente recebido (seja lá qual for), o prato sobre a mesa, a roupa que vestem, o sapato que calçam. Agradecerão pelos simples gestos de gentileza e não se sentirão nunca, dignos de qualquer favor. Saberão que o mundo não gira em torno deles e que somos todos agraciados por aquEle que faz o mundo girar com todos nós.


Porque lhes dei as palavras que tu me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.

6. As palavras que falo não são minhas. Vivo e falo as Palavras de Deus. Na verdade, nem mesmo tenho opinião. Minha opinião foi lançada aos pés da cruz no momento em que abracei a salvação. As minhas palavras e opinião não tem poder algum de transformação. As dEle transforma o pior caráter. É pensando nisso que desde cedo, repito sem cessar, todos os dias, as Palavras do Senhor. Nas correções, cito-as sempre. Nos conselhos cordiais, ela é a condutora. Nos momentos difíceis de escuridão, ela é a luz. Quando não sei a verdade sobre os fatos, ela penetra no íntimo e discerne o que está acontecendo. Somente as Palavras do Senhor podem nos ensinar, nos guiar e nos trazer a luz. “...Tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados. (...) Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.” (I Pe 4.8-11).



Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 


7. Cuide dos seus. O melhor cuidado expressa-se na oração constante e insistente pela salvação de suas vidas e pela vida diária de santidade, na leitura da Palavra pelo menos duas vezes ao dia, e principalmente oferecendo-se a si mesmo como padrão de conduta reta diante de Deus. Paulo fala, especialmente para as mulheres: “se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (I Tm 5.8).


E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado.

8. A nossa glória é viver para Deus. Nada possuímos aqui, exceto o Senhor. “Cristo é o nosso tesouro e a razão pela qual vivemos e ainda será a razão quando partirmos desta vida para a outra”. Essa é a verdadeira riqueza e glória. Se nos apropriamos de Deus como nosso Senhor e provedor e entregamos a Ele o que somos obteremos de nossos filhos a honra e o respeito. Seremos amados e elogiados por nossos filhos, porque primeiro demos ao Senhor a glória (Pv 17.6). Eles dirão: “sou filho dele. Sou filho dela”.


E eu já não estou mais no mundo, mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. 

9. O conhecimento de Deus será a garantia para a vida vitoriosa aqui na terra. Por isso, enquanto esteve aqui, Jesus preocupou-se principalmente em revelar o caráter de Deus e suas obras. Ele não falava de si mesmo, mas daquEle que o enviou. Precisamos oferecer aos nossos filhos algo que sobreviva a nós. Precisamos colocar diante dos seus olhos o que é eterno e o que nunca murchará. Bens materiais, amizades e a boa vida passará. Muitas vezes trabalhamos duro pela comida que perece, mas negligenciamos a que é eterna. Buscamos bens terrenos, mas negligenciamos Deus no lar. Compramos brinquedos, oferecemos diversões, gastamos o dinheiro com tecnologias, mas não investimos quase nada na edificação do caráter dos nossos filhos. Não gastamos tempo orando, lendo a Bíblia, falando sobre Deus. Estamos tão ocupados com o mundo que esquecemos o que mais importa: A ETERNIDADE. Jesus alertou: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou” (João 6:27 ). Oxalá todos os nossos esforços fossem para promover o reino de Deus na terra! Se cada pai de família saísse de casa com o único propósito de prover o sustento para o seu lar e ao trazê-lo, usá-lo para a glória de Deus! Afinal, tudo vem dele!

O profeta Isaías falou: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura” (Isaías 55:2-3). Por que gastamos o dinheiro naquilo que não alimenta? Por que nos envolvemos com o consumismo cego que nos atrai mais e mais para os prazeres mundanos? A receita para a depressão e o fracasso no lar é a negligência com as coisas de Deus. Um dia nós passaremos e o que deixaremos como legado para nossos filhos? Casas? Carros? Bens? Vida intelectual assoberbada?

Que tenhamos o mesmo sentimento do apóstolo Pedro: “tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-vos com admoestações, Sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo, como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado. Mas também eu procurarei em toda a ocasião que depois da minha morte tenhais lembrança destas coisas. Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade” (2 Pedro 1:13-16). Nós iremos deste mundo, mas eles ficarão, se Jesus não voltar antes. Que possamos investir naquela “herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para nós” (I Pe 1.4).


Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.

10. A unidade com meu esposo reflete a unidade de Cristo com Deus. Isso faz toda diferença na eficácia da transmissão do padrão divino para a vida deles no mundo.
Assim como Deus é um com Cristo, somos um como casal e um em Deus. Como disse o sábio pregador: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. (...) E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Eclesiastes 4:9-12). Nos conflitos entre irmãos, nos desafios diários da educação dos filhos, nos dilemas das crianças e jovens essa unidade do casal recompensará o esforço desprendido na resolução desses problemas. Filhos são especialistas em fazer jogos. Eles amam jogar conosco. Não, eu não estou falando de brincadeiras inofensivas, mas da capacidade deles de manipular os fatos e as pessoas em favor do interesse deles. E quando encontram um enfraquecimento na liderança, quando percebem a falta de unidade ou um sentimento de competição entre os pais, eles jogarão um contra o outro para obterem o que desejam. Se forem pais imaturos e carentes, cairão fácil nessa armadilha. E então, um abismo chamará o outro. Primeiro, um ou ambos os cônjuges começam a competir entre si, então surge a necessidade de ser o preferido do filho, e para atraí-lo sempre, cederá aos seus gostos, tendo que mais tarde, se utilizar de comportamentos imorais como denegrir a imagem do outro para que fique “bem na fita”. Quando chega a esse ponto, o filho já reina absoluto.

O resultado dessa rivalidade entre os cônjuges é o caos geral. Irmãos briguentos, filhos rebeldes e caprichosos. Mas o modelo de Cristo é outro, é a unidade e perfeita harmonia.

Casamento é parceria, não competição. Quando a mulher se sujeita ao esposo, e este se sujeita a Cristo, teremos então colocado as bases para uma sólida estrutura no lar. O respeito à hierarquia e a fidelidade aos papéis bíblicos farão do nosso casamento uma rocha contra a instabilidade e imaturidade daqueles que estão em formação e que dependem de nós para crescerem ajustadamente e saudavelmente. Ter um mesmo espírito e trabalhar sempre unidos faz parte do nosso dever como pais.


(Continuaremos amanhã...)
_________________________
Adna S Barbosa

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