Crianças não precisam de mensagem do tipo Pocoyo. Elas precisam da Bíblia, do Evangelho.

12:58:00






(clique no play para ler ouvindo a música da minha caçulinha)

Fomos ao parque fazer nossas caminhadas e, como de costume, colocamos os fones de ouvido e sintonizamos na playlist favorita. Eu fui ajudar minha caçula de 7 anos e perguntei-lhe que músicas gostaria de ouvir. Ela prontamente respondeu: "As de Ozeas de Paula!". Eu e meu esposo rimos. Ozeas de Paula? Tem gente com 25 anos de idade que nunca ouviu falar nesse cantor, mas ela não somente conhece como o tem como um dos cantores favoritos.

Alguns críticos podem dizer que estamos roubando a infância da nossa pequena, que deveríamos colocar Diante do Trono Infantil, Aline Barros e Cia, ou essas coisas que criaram para as crianças por aí. Alguns críticos podem dizer que ela gosta disso porque é privada do contato com as crianças e que, desse modo, não pode aprender a cultura popular do momento que é preparada para lidar com as crianças no modo de ser criança. Tudo isso eu já ouvi de conhecidos, desconhecidos, amigos, não-amigos, profissionais de educação, analfabetos, pais, solteiros.

Sendo que eu estou de dentro e sei o que eu vejo. Eu vejo uma garotinha que ama cantar o que os seus pais cantam porque está bem ali, junto deles em todas as horas do dia. Ela fica feliz quando vê o pai pegar o violão e dar-lhe o microfone. Ela ama ouvir a voz de seu pai louvando a Deus com canções que têm melodia e poesia, e gosta de vê-lo enlevar a alma à presença de Deus. Não, ela não parece uma velha que senta emburrada numa cadeira com cara de cansaço. Ela escuta suas músicas enquanto anda de bicicleta no parque, enquanto brinca ou faz uma refeição em casa. Ela não é obrigada a nada, ela apenas participa da vida do seu pai, acompanha seus gostos, ouve suas histórias, conhece-o intimamente a ponto de fazer dos gostos dele os seus gostos.

E não é assim que Deus deseja que sejamos? Como filhos amados, Ele espera que estejamos todos os dias sintonizados com Seus gostos, Sua vontade, Seu cuidado e amor. O salmista disse que devemos nos “deleitar” no Senhor. Como adultos, entendemos muito bem que esse é o ideal da vida cristã, mas quando olhamos para a figura terrena desse amor paternal e familiar que Deus intencionou que vivêssemos, estranhamos e tentamos afastar de nós, adotando como certa a cultura do mundo que segrega as crianças, colocando-as num mundo à parte.

Sem saber, estamos sucumbindo aos ataques de um sistema educacional de crianças que mina a autoridade e influência dos pais, que afasta seus corações infantis do coração de seus pais, da sua fé, devoção e visão bíblica de mundo. Deus nos chamou como pais para que diariamente, nas situações mais comuns da vida como apreciar uma canção enquanto toma banho, cuidássemos de nossas plantinhas num processo intencional e estratégico, com foco em suas mentes e corações.

Certa vez os discípulos não entenderam também essa faceta do Reino. Naquela cena em que pais trouxeram suas crianças para serem tocadas por Jesus, eles as enxotaram e imagino que eles tenham dito: “Jesus prega pra adultos! Lugar de criança é ali, onde há brincadeira e coisa de criança. As palavras de Jesus são sérias demais, pesadas demais para uma criança entender. Portanto, levem-nas daqui! Coloquem-nas num lugar onde possam entender na sua própria língua infantil”.

Então, Jesus - como Ele é lindo! - diz algo como: “Quem os autorizou a falar no meu nome? Quem disse que lugar de criança é longe das minhas conversas? Venham, pais, tragam seus filhos para bem junto de mim, aqui mesmo onde estão os adultos cheios de problemas, aqui onde há doutrina do Reino para homens e mulheres cansados deste mundo. Dou-lhes o meu colo, quero que fiquem bem juntinho de mim. Eu quero ouvir a voz, sentir o prazer de ver como elas recebem de coração aberto a Palavra do meu Pai. E vocês, adultos, aprendam com elas. O Reino de Deus é para pessoas, adultos ou crianças, que, assim como elas, entendem que para Deus não há distinção de idades, não há interesses divergentes, não há limites para a eficácia da Palavra de Deus. Não, eu não preciso dos seus métodos. O Pai me deu um único meio e ele é eficaz tanto para adulto como para crianças. A mensagem é simples, como elas são. Venham, crianças, de vocês é o Reino dos céus!”

Que alegria para aqueles pais que não se intimidaram com a grosseria dos discípulos. Deus também nos chama para trazermos nossas crianças para junto dEle sem barreiras, sem rótulos, sem preconceitos. A Sua Palavra é viva e produz efeito tanto no coração do adulto como no da criança. Não precisamos dos métodos mundanos. Não precisamos de Galinhas Pintadinhas convertidas nem de artistas gospel na versão infantil. Não precisamos de mensagens tipo Pocoyo para que nossas crianças aprendam o Evangelho.

O método de Deus é simples e único. A Sua Palavra é para ser lida tal como é, sem enfeites ou técnicas. Lembremo-nos de que ela não é uma palavra qualquer, ela tem poder! O Seu Espírito, o perfeito intérprete, sabe falar ao pé do ouvido das crianças o sentido de cada palavra. Ah, como somos incrédulos! Achamos que Deus precisa de uma ajudinha nossa, um empurrãozinho para que elas entendam, só para depois dizermos: “foi aquela metodologia, foi aquele modo de fazer, foi alguém que não foi Deus”.

Eu cresci acompanhando meu pai pelas igrejas de Recife. Inúmeras vezes eu fui ao culto de oração, culto de doutrina, culto dominical. Eu sentava lá, encostada no ombro da minha mãe. Quantas vezes eu pegava no sono ali, ouvindo a voz do pastor que pregava. Meu pai também gostava de nos ter por perto. Nas visitas, nós ficávamos ao pé da mesa ouvindo as histórias dos adultos. Como eu fui enriquecida por elas! Eu não sei lhe dizer como, mas sei que meu caráter foi construído quando estava junto daqueles que Deus comissionou para educar-me.

Costumamos aplaudir leis anti segregacionistas, falamos o tempo todo de inclusão, e dessas coisas que envolvem todos na vida comum. Mas quando se trata de crianças o discurso é: “crianças precisam estar com crianças, aprender na linguagem da criança”. E então criamos locais de segurança, parquinhos fechados com limites de idade, salas por faixa etária, lugar de criança e lugar de adulto.

A mentira que envolve esse pensamento é de que elas não compreendem a vida no linguajar do adulto. O pior é que chamam isso de “valorização da infância”. Na verdade, os que supostamente ganharam com essa segregação foram os adultos que agora têm uma desculpa para não cuidar de suas crianças. Pais têm seus filhos e antes mesmo de tê-los já tratam de procurar a escolinha para, quando completarem seus dois aninhos, jogá-los no lugar onde as crianças devem ficar. As férias estão chegando e com ela a aflição de tê-las por perto. Inventam as colônias de férias que nada mais são do que mecanismos de escape dos próprios pais em relação aos seus filhos. Esse pensamento está tão enraizado em nós que até os pais cristãos, aqueles que deveriam entender a infância pela a ótica divina, reproduzem esse comportamento. Pais de criancinhas bem pequenas contam os dias para que seus filhos completem 2 aninhos e assim ficarem “livres” para cultuar, sem o incômodo de tê-las por perto. Certa vez, conversava com um professor de crianças e ele me disse que alguns pais chegam antes do horário do culto e querem que os professores fiquem com seus filhos. Eles criam caso e ficam furiosos se não receberem seus filhos antes do culto. O cultinho, para alguns, funciona como depósito de meninos que atrapalham seu sacrifício a Deus. Esse professor, intrigado, sempre diz a esses pais: “aproveitem que chegaram cedo e fiquem no templo com seus filhos!”. Uma coisa natural como ficar com filhos precisa ser estimulada e até forçada para alguns.


Não fique preocupado se seu filho gosta de Ozeas de Paula ou se  prefere estar com você no lugar de adulto. Preocupe-se antes se seu coração está insensível às crianças, se coloca limites para o poder de Deus. Viva sua vida com Deus e traga suas crianças para perto de você. Deixe-as ver como você ora, lê a Palavra e louva a Deus. Elas estão crescendo e precisam do seu modelo. Outras crianças não são modelo porque elas mesmas estão procurando um. Você foi comissionado para educar seus filhos. Não dê importância para as críticas, ouça Deus. Ele sabe como conduzir as crianças para o Seu colo, Ele sabe o que vai falar, Ele sabe como fazer. Apenas traga e deixe o resto com Ele.



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Adna S Barbosa

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2 comentários

  1. Ótimo. Também tenho essa mesma experiência. Não tínhamos cultinho...Era alí no culto junto com a igreja e
    no culto doméstico que aprendiamos.Precisamos repensar as nossas práticas e voltar às nossas raízes.

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  2. Amém.... Também penso assim , aprendi a palavra de Deus com minha mãe e no culto ficava com os adultos, adorava ler as histórias da bíblia , inclusive apocalipse.

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