"Um Caso" - por Charles R. Swindoll

09:48:00


(Leia 1 Tessalonicenses 4:1-5)

O fato triste não é mais surpreendente — a infidelidade tem invadido as fileiras dos cristãos professos. O corpo de Cristo carrega cicatrizes assustadoramente feias mais do que nunca em sua história, e, em vez de esconder as cicatrizes dos olhos do público, falamos delas sem muito embaraço. O tom é sofisticado. Com a cabeça erguida... o coração não está partido... os termos são joviais. É um "caso", lembre-se. Já não é adultério. Todos ficam calmos e tranqüilos. Respiram profundamente, sorriem e olham com aceitação, tolerância e, se possível, afirmando.

J. Allan Petersen escreveu:
"Um chamado para a fidelidade é ser como uma voz solitária clamando no deserto sexual de hoje. O que antes era rotulado de adultério e carregava um estigma de culpa e embaraço agora é "um caso" — algo agradável de se ouvir, um palavra envolta em mistério, fascínio e emoção. Uma relação, não um pecado. O que antes era feito às escondidas — um segredo bem guardado — agora está nas manchetes, nos temas de TV, nos best-sellers, tão comum quanto frio. Os casamentos são "abertos"; divórcios são "criativos"."

A fossa já estourou. E contaminou nossos racks, estantes de revistas, outdoors, teatros, cinema, televisão e Internet. Em todo lugar, o companheiro de outra pessoa entra ou sai da cama com alguém que não é seu parceiro ou parceira.

Os estilhaços de tais bombardeios ficam guardados em nossas mentes, e faz-nos crer que o adultério é realmente saudável, rejuvenescedor, e certamente compreensível. Enganar não é mais um ato vergonhoso; não é somente esperado, como carrega um certo glamour.

A fidelidade , e não a infidelidade, é que precisa ser defendida em nossa sociedade saturada pelo sexo. Pessoas que optam pela fidelidade parecem cafonas e antiquados. Eles são tão atuais quanto uma lamparina ou uma máquina de escrever.

Eu li, há algum tempo, sobre uma esposa que foi almoçar com outras 11 mulheres que estudavam francês juntas, no horário em que seus filhos estavam na escola. Uma mãe bem ousada perguntou: "Quantas de vocês têm sido fiéis durante todo o seu casamento?" Apenas uma senhora levantou a mão. Naquela noite, uma das mulheres relatou o incidente ao marido. Quando ela confessou que não havia levantado a mão, o marido olhou cabisbaixo. "Mas eu tenho sido fiel a você", ela rapidamente assegurou a ele. "Então, por que você não levantou a mão?". Ela respondeu: "Eu fiquei com vergonha."

Isso equivale a estar envergonhada por ter boa saúde enquanto há uma epidemia... ou ter vergonha de escapar ileso de um terremoto. Mas, aparentemente, quando se trata de ter "um caso", a pressão dos colegas coloca a vergonha pra longe do culpado.
Nossa sociedade quer fingir que ter "um caso" é experimentar uma aventura inofensiva. Mas na prática é assim que funciona?


Nossa sociedade adotou uma mentira sutil sobre esse assunto, acreditando que não é apenas mais verde a grama do outro lado, mas é aceitável "pular a cerca". Além do mais, crentes agem exatamente como não-crentes ao pular a cerca. Mas infidelidade conjugal não é um "caso"; lembre-se: é adultério. E é mortal para um casamento.

Robert J. Levin e Alexander Lowen observou três verdades a respeito disso:

Em primeiro lugar, a infidelidade provoca dor no outro . O casamento existe quando um homem e uma mulher estão unidos, não pela lei, mas pelo amor, e estão comprometidos publicamente com a responsabilidade de um cuidar do outro. Eles são fortalecidos pelo sentimento de compromisso total que se estende do presente até o futuro. Praticamente, todos os casamentos começam por essa confiança e expectativas de um futuro certo - é como dizer que um homem e uma mulher entregam-se um ao outro e juntos eles procurarão entendimento para suas questões.

A primeira ruptura dessa confiança, a infidelidade básica, vem antes de qualquer ato sexual extraconjugal. Isso acontece quando um dos parceiros decide se afastar de seu companheiro em busca de amizades do sexo oposto fora do casamento e mantém essa decisão em segredo. Este é o começo da traição.

Além disso, o marido ou a mulher sexualmente infiel deve dedicar tempo e dinheiro, bem como energia física e emocional, ao "amante secreto". O que ele(a) tiver, na verdade, deve ser compartilhado com essa companheira. O parceiro traído está, de fato, pagando o prazer do trapaceiro.

Em segundo lugar, a infidelidade mascara o verdadeiro problema . O infiel alivia temporariamente a existência da infidelidade mostrando descontentamento no cônjuge, como por exemplo, achando o outro pouco atraente ou desvalorizando-o. Ele camufla a verdadeira doença e permite que ela cresça interiormente, fazendo-se ainda pior. Angustiado com o pensamento de uma separação ou divórcio, o cônjuge infiel finge ser fiel durante a procura pela satisfação fora do casamento.

Todos os riscos do confronto honesto, não obstante, geram uma decepção secreta.

Em terceiro lugar, a infidelidade destrói a  si mesmo o cônjuge infiel. O parceiro infiel que mantém o "caso" em segredo, achando que assim protegerá seu companheiro ofendido e resguardará seu casamento, pratica o engano mais profundo de todos: o auto-engano. O uso da mentira transforma o "amante" em um adversário contra o seu próprio casamento. Uma pessoa que se auto-engana é, obviamente, o seu próprio e pior inimigo.

Quando achamos que devemos mentir para alguém que confia em nós e a quem nós amamos, nós estamos presos naquilo em que os psicólogos chamam de "duplo comportamento". Seja lá o que fizermos, sairemos perdendo. Isto é o que um marido infiel, por exemplo, enfrenta quando ele volta para casa da mulher que ele realmente ama. Ele quer restaurar a sua sensação de proximidade com ela, mas ele sabe que não pode dizer a ela o que ele fez. Então, ele mente. Mentir torna-se um hábito.

As mentiras são muitas vezes inconscientes e não faladas e, portanto, marcadas pela dor. Este é o último ato do auto-engano. Em vez de resolver o conflito, perpetua-o; a pessoa iludida vive uma mentira. Ele ou ela está doente e não sente a febre.

Eu duvido seriamente que uma longa lista de versículos bíblicos seria necessária para convencer alguém de que a infidelidade desagrada a Deus. Quando Deus diz: " Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará" ( Hebreus 13:4 ), Ele quer dizer isso. Encontrar intimidade fora do seu casamento com alguém que não é o seu cônjuge não está tudo bem. É pecado. Isso não simplifica a vida, mas a complica.

Enganar-se a si mesmo não é saudável; é doentio. Isso não prova que você é independente e forte. . . é uma declaração de que você tem necessidades profundas.

Dormir com alguém que não seja o seu companheiro não é aceitável e não se trata de uma aventura; é destrutivo e perigoso. E não é um "caso"; é adultério.

A grama pode realmente parecer mais verde do outro lado da cerca. Mas é venenosa. Um Deus amoroso colocou a cerca do lado de lá por uma clara razão. Não a ignore. 

(Charles R. Swindoll)
Texto original Aqui

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